COMUNIDADES ECLESIAIS MISSIONÁRIAS E GRUPOS DE JESUS. OSMP



Uma contribuição da Organização Religiosa Santas Missões Populares (OSMP) 

NOVAS DIRETRIZES CNBB 2019-2023 
COMUNIDADES ECLESIAIS MISSIONÁRIAS 


1. FINALIDADE

Esse subsídio é fruto da caminhada das Santas Missões Populares ligadas a Organização religiosa Santas Missões Populares (OSMP), onde surgiram e continuam surgindo tantas pequenas comunidades de discípulos/as de Jesus de Nazaré Mestre e Senhor. Serve para preparar formadores/as que irão acompanhar o surgimento e o crescimento de COMUNIDADES ECLESIAIS MISSIONÁRIAS, nas paróquias e dioceses, conforme as diretrizes 2019-2023 da CNBB. Os dois tipos de comunidades são bem parecidos; praticamente dão no mesmo. O subsídio destina-se a formadores ligados às SMP, mas pode ser usado também por formadores/as de experiências missionárias parecidas. Sugerimos, porém, que se sigam as orientações aqui indicadas, convalidadas pelas experiências; sem, com isso, negar uma criatividade sadia e fecunda. 


2. REAVIVANDO A MEMÓRIA 


Em 1989, começamos a pensar em um novo jeito de Santas Missões Populares (SMP), com a finalidade de reavivar a caminhada da Igreja (paróquias/dioceses), organizando-as em tantas comunidades eclesiais atuantes na base do território. Ao longo destes anos sempre buscamos profunda comunhão eclesial com a CNBB e, sem dúvida, esse é um dos motivos que explicam a grande difusão das SMP. De fato, as SMP não querem ser uma pastoral a mais, mas querem colocar a Missão de Jesus de Nazaré no coração de todas as atividades pastorais. Querem ajudar comunidades, paróquias, dioceses a serem, cada vez mais, Igrejas missionárias em saída permanente. 

Em 2019 transformamos a nossa Associação Santas Missões Populares (ASMP) em Organização Religiosa SMP (OSMP), exatamente com a finalidade de estreitar mais e melhor o nosso vínculo eclesial com as diretrizes da CNBB. Estamos muito contentes com isso. Com humildade e imensa gratidão reconhecemos que as SMP aprenderam e vivenciam intuições e orientações que agora são também patrimônio comum da Igreja. As Pequenas Comunidades de Discípulos/as de Jesus fazem parte desse precioso patrimônio. 




3. COMUNIDADES ECLESIAIS MISSIONÁRIAS 


Em final de abril 2019, a CNBB, reunida em sua assembleia geral, lançou as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para os anos 2019-2023, cuja orientação básica é dar vida a tantas COMUNIDADES ECLESIAIS MISSIONÁRIAS espalhadas em todo o país. Com imensa alegria, a turma das SMP, aproveitando da sua experiência, oferece sua simples colaboração na construção das Comunidades Eclesiais Missionárias. 

As COMUNIDADES ECLESIAIS MISSIONÁRIAS reúnem-se nas casas dos participantes, cada uma com uma dezena de pessoas, no máximo, para facilitar o entrosamento, a convivência solidária, as relações personalizadas, possivelmente entre vizinhos, com portas abertas para entrar e sair, para acolher e para viver em missão permanente. Muita coisa boa já foi feito. É preciso avançar mais. 

Cerca de três a cinco Comunidades Eclesiais Missionárias menores poderão dar vida a uma Comunidade Eclesial Missionária maior, para celebrações da Palavra, especialmente a Eucaristia, quando possível; para celebração de sacramentos e para bonitas atividades missionárias e solidárias. E todo o conjunto dessas tantas e tantas pequenas comunidades formará uma bela paróquia em saída permanente, a serviço da dignidade das pessoas e da vida do território. 

A CNBB indica quatro pilares (em negrito) que devem sustentar as Comunidades Eclesiais Missionárias. As SMP indicam algumas sugestões para vivenciá-las: 

a) A Palavra. Quer dizer, a Palavra de Deus como principal luz inspiradora das comunidades eclesiais missionárias. É para descobrir e viver a espiritualidade do seguimento de Jesus de Nazaré: “Tenham em vocês os mesmos sentimentos de Jesus” (Fl 2,5). Jesus de Nazaré, Mestre e Senhor, é a chave de compreensão de toda a nossa existência: “Para mim o viver é Jesus Cristo” (Fl 1,21). Sem o seguimento de Jesus não há espiritualidade verdadeira; há espiritualismos, devocionismos vazios e enganadores. Nas SMP estamos trabalhando e propondo isso, privilegiando o Evangelho do ano litúrgico. Utilizando uma abordagem místico-popular, envolvente, a serviço do Reino de Deus. 

b) O Pão. Quer dizer, a liturgia eucarística. Para isso, nos próximos dias estaremos lançando um livro de uma centena de páginas, com o título: QUANDO TERMINA A MISSA? (Editora OSMP, Belém-PA). A finalidade do livro é redescobrir na Missa a presença viva de Jesus de Nazaré, missionário do Pai, profeta e mártir do Reino. É para vivenciar a espiritualidade da Missa. 

c) A Caridade. É a prática do amor solidário, misericordioso, gratuito, profético. Num mundo dividido socialmente, economicamente, culturalmente, é preciso ter indignação ética, profética, capaz de construir outro mundo possível e mais humano, junto com todas as forças vivas da sociedade. É um dos objetivos principais das nossas SMP. Queremos dar um destaque especial ao dia mundial dos pobres, lançado em 2017 por papa Francisco. 

d) Ação Missionária. A ação missionária quer ser um pilar e muito mais que isso, pois a missão está no coração da Igreja e das comunidades. Daí o nome Comunidade Eclesial Missionária. É ser uma Igreja de portas abertas, acolhedora, indo ao encontro das pessoas, vizinhas e distantes. É sermos cada vez mais uma Igreja em saída permanente através de atividades significativas. A Igreja existe para continuar, no tempo e no espaço, no aqui e no agora, a Missão de Jesus. Não há Igreja sem a vivência da missão de Jesus. Precisamos passar, cada vez mais, de uma Igreja em visita a uma Igreja de presença solidaria; permanente e eficaz. Procuramos vivenciar isso especialmente através das SMP, que não são um evento, mas um processo permanente. As Pequenas comunidades de discípulos de Jesus fazem parte deste processo. 

Eis a proposta das diretrizes da CNBB e o jeito de como as SMP buscam vivenciá-las. Que bom se essa proposta fosse assumida, de verdade, como base de todas as atividades pastorais das paróquias e das dioceses, antes de qualquer outra atividade pastoral. Como Papa Francisco tanto insiste, nas pastorais devemos ir ao essencial, que é o Evangelho, o seguimento de Jesus de Nazaré, Mestre e Senhor. 

A proposta das Comunidades Eclesiais Missionárias aproveita toda a caminhada do passado, não é ruptura. Somente quer dar passos a mais, levando em conta os desafios sociais, culturais, políticos do mundo em que vivemos. Estamos em tempos de ‘Sociedade Líquida’ (Bauman), geradora de perigosos vazios existenciais e sociais. Necessitamos muito, e com urgência, de tempos e de espaços formativos, ligados ao sentido da vida, da fé e do mundo em que vivemos. As pequenas Comunidades Eclesiais Missionárias devem ser esse espaço e tempo preciosos. 

Realmente, se todos os presbitérios de todas as dioceses do Brasil colocarem esse projeto como base de toda a ação pastoral, e não como uma atividade a mais, pode-se sonhar alto com os pés no chão, com grande esperança. Durante os próximos quatro anos – prazo das Diretrizes da CNBB - será possível implantar milhares de Comunidades Eclesiais Missionárias, no campo, na cidade, nas metrópoles, renovando profundamente a vida da Igreja e prestando um serviço precioso ao bem estar das pessoas e da sociedade onde moramos e vivemos. Mãos à obra. 


4. PARA REALIZAR AS COMUNIDADES ECLESIAIS MISSIONÁRIAS 



Concretamente: 

1) As foranias paroquiais (regionais), ou até mesmo a diocese inteira, lancem a proposta e proponham a escolha de pessoas disponíveis e capazes para este serviço na própria área. É preciso caprichar na qualidade e na quantidade dos futuros/as formadores. 

2) É muito bom convocar outras forças vivas e trabalhar juntos com pessoas engajadas na evangelização, em dialogo com outras experiências missionárias, sempre mantendo fidelidade à proposta. 

3) Contatar paróquias e dioceses da região que desejarem esse tipo de serviço 

4) Capacitar os que se prontificaram para ser formadores de formandos. Promover, aqui e acolá, dois dias de formação. Mostrar a beleza, a urgência e a importância deste serviço. Formadores improvisados não dão certo, não servem. Perceber a importância da FORMAÇÃO CRISTÃ. Ela acontece através do processo formativo pessoal permanente, através de dias de estudo em grupo e, sobretudo, através da vivencia no dia a dia. 

5) Subsídios: Bíblia, caderno, caneta. Exortação apostólica Alegria do Evangelho, Diretrizes Gerais CNBB (Documento 109), Plano Missionário Nacional. Sugerimos também alguns livros publicados pela OSMP, bastante utilizados, e com proveito, nos encontros formativos das SMP e que muito tem a ver com o assunto. 

Os formadores que vão ajudar na formação e os formandos procurem assumir esse serviço com amizade, com dedicação e com muita responsabilidade. A seguir, a título informativo, o esquema dos dois dias de formação. Haja criatividade, porém, na fidelidade à proposta! 



5. SUGESTÕES PARA OS DOIS DIAS DE FORMAÇÃO 


Primeiro dia, MANHÃ. 

a) Momento de oração. Possivelmente Santa Missa ou Oficio Divino das Comunidades. 

b) Apresentação dos participantes. Boas notícias, vida e preocupações no meio do povo e da caminhada da Igreja. 

c) Perguntar aos participantes: quais as expectativas para este encontro? Construir juntos a finalidade e os conteúdos dos dois dias. Sugestões de conteúdos da conversa: A Missão continua. Deus é Missão. A missão da Trindade plenamente revelada na Missão de Jesus de Nazaré. Somos continuadores da Missão de Jesus lá onde moramos e vivemos. As Comunidades Eclesiais Missionárias representam um tempo e um espaço altamente formativos. É preciso capacitar-nos cada vez mais a este tipo de serviço. Em clima de muita comunhão, dedicação, gratuidade, revisão constante. 

d) Apresentação da exortação apostólica Alegria do Evangelho (slides) 

e) Estudo das diretrizes da CNBB, documento 109. Alguém apresenta o documento, todos com o texto na mão. Começar pela: Apresentação das Diretrizes, no início do livro, que é uma boa síntese do texto. Captar a proposta das COMUNIDADES ECLESIAIS MISSIONÁRIAS COM SEUS QUATRO PILARES (ver também o ponto 2, acima). 

f) No capítulo primeiro das Diretrizes, destacar a importância da espiritualidade do seguimento de Jesus e da Igreja como comunidade de discípulos de Jesus. Aprofundar o contexto urbano: cap. 1, pontos 4 e 5; Capítulo 2, pontos 2 e 3. Partilhar reações. Tendo tempo, ler e debater algo do capítulo VIII do livro Santas Missões Populares, que fala sobre missão nas medias e grandes cidades. 

g) Cap. IV do livro: DAR SENTIDO VERDADEIRO À VIDA. Estudar, em grupos de quatro pessoas, as páginas 142-151. Importante essa leitura. Partilhar reações no plenário. O texto lembra o perigo de viver um CRISTIANISMO SEM JESUS CRISTO, com graves consequências. Partilhar se essa situação acontece onde moramos e trabalhamos. 

TARDE: 

h) Analisar a sociedade de hoje como ‘sociedade líquida’ (Bauman). Daí o sentido e a importância da formação. Leitura capítulo sexto do livro: Um grande profeta apareceu entre nós. Em grupo e plenário. Tirar conclusões e luzes para o serviço que iremos fazer. 

i) Aprofundar, com a participação de todos os presentes, a relação estreita entre: Comunidades eclesiais missionárias – Pequenas comunidades de discípulos missionários de Jesus de Nazaré, Mestre e Senhor – Grupos de Jesus. Praticamente dão no mesmo. Cada lugar escolha um dos títulos, dando as motivações. Já estão circulando estes três títulos, por isso achamos bom respeitar. 

j) Resumo do estudo do primeiro dia: Luzes e chamados 

k) Oração a partir do dia de estudo. 

l) Noite: entrosamento, intensificar nossa amizade neste serviço comum. 

Segundo dia, MANHÃ. 

a) Oração. Santa Missa, possivelmente, ou Oficio Divino das Comunidades. 

b) Apresentação detalhada da proposta: Pequenas comunidades de discípulos de Jesus (Ver abaixo, no anexo, a proposta concreta). Todos com o folheto/ folder na mão contendo a proposta. Assimilar bem a proposta, nos detalhes. Lembrar que a reunião nas casas não é celebração, não é culto; é estudo aprofundado, partilhado, rezado. Entender bem a proposta, levantando dúvidas, apontando sugestões. Esse esquema cai muito bem também para as Comunidades Eclesiais Missionárias. Elas são, praticamente, a mesma coisa. A diferença é só no título. 

TARDE 

a) É bom dedicar a parte da tarde para fazer perguntas, tirar dúvidas, a fim de assimilar bem a proposta (conteúdos e metodologia). 

b) Fazer algum ensaio prático. Ver, juntos, um mínimo de organização para melhorar, o mais possível, a caminhada das Comunidades Eclesiais Missionárias, tanto em nível de paróquia como em nível diocesano. 

c) Quando convidados por paróquias ou dioceses é importante que dois ou três formadores assumam, juntos, para se preparar e se ajudar reciprocamente. 

d) Fica para os formadores a grande responsabilidade de se preparar bem, pessoalmente e em equipe. Estudar, ruminar, meditar os livros, especialmente os capítulos e páginas indicadas. Nunca improvisar, em cima da hora. 

e) Para tanto conteúdo fica apertado um encontro de dois dias. Vejam se podem fazer dois encontros, cada um de dois dias. 


Concluindo 

Que tal a proposta? Esperamos que possa servir. Cada um de nós dê o melhor de si. Muito vai depender também da maneira de apresentar a proposta e como nos preparar e acompanhar. 

Para qualquer dúvida, sugestão, observação, contatar a equipe nacional das SMP. Aos que desejam adquirir os livros citados acima, solicitar nos seguintes contatos: tel: 91 32567362; Cel: 91 9 8282 5573; WhatsApp 91 9 9836 E-mail: 1989.smp@gmail.com

Saudações missionárias.
A diretoria da OMSP

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