O ANO NOVO - TEMPO DA ESPERANÇA. Leoni Alves Garcia

O ANO NOVO - TEMPO DE ESPERANÇA 


2020. Um ano difícil. Dúvida foi a palavra que imperou, seguida do medo, das preocupações, das incertezas. Quantas vidas perdidas pelo descaso das autoridades, sem ao menos um abraço de adeus! Tempos sombrios. 

Porém, é na tempestade que Jesus de Nazaré se aproxima de nós e com seu barco vem nos ajudar a superá-la. É como naquela passagem de Pedro andando sobre as águas e Jesus dizendo: Coragem! Não tenham medo! Palavras atuais. E aí outra palavra imperou: reinventar-se. As comunidades se reinventaram, encontraram meios de continuar a levar a palavra de Deus, de se reunirem, apropriando-se das novas tecnologias e não deixar o trem parar. 

“Confinados no isolamento, talvez pudemos entender melhor o que significa ser uma comunidade, onde estamos, sem tocar nas mãos uns dos outros. De fato, este é o momento em que, fora da torre de marfim do nosso ego, podemos reaprender muitas coisas, o valor da saudação, o estímulo de um elogio, a incrível força que recebemos de um sorriso ou de um olhar. Sem que os nossos braços se estendam para os outros, podemos nos abraçar afetuosamente, como já fazíamos ou de maneira ainda mais intensa, comunicando, com esses abraços reinventados, o incentivo, a hospitalidade, a certeza de que ninguém ficará sozinho. Sem nos conhecermos, podemos, enfim, aprender a não condenar ninguém à indiferença, a não tratar os nossos semelhantes como desconhecidos”. (O poder da esperança. Mãos que sustentam a alma do mundo – Cardeal José Tolentino Mendonça). 

Experiência nova neste tempo de pandemia. O estamos aprendendo? Que desafios permanecem? 

Com os pés fincados na história e firmes na caminhada, as CEBs buscam interpretar e vivenciar esse tempo, revisitando e reafirmando a comunidade como “núcleo eclesial” da Igreja, lugar privilegiado da vivencia da Palavra, da Partilha do Pão e do Exercício da Caridade. 

O Concílio Vaticano II, na Lumem gentium, salienta a dimensão da Igreja como comunidade: "Cristo estabeleceu sua Igreja como comunidade de fé, esperança e caridade" (n. 8). Não mais como sociedade, mas comunidade que se fundamenta na igualdade do batismo dos seus membros. Igualdade e unidade é o fundamento da Igreja. Igreja-Povo de Deus, inserida na realidade, igreja libertadora, ministerial, renovada, missionária, defensora da justiça, da ecologia, Igreja em saída, igreja missionária. 

2021 chega como uma oportunidade de vivenciarmos os valores proféticos e fraternos das Comunidades Eclesiais de Base. 

Animados no testemunho de nosso irmão Pedro que dizia: “Nos piores momentos, mais forte deve ser a esperança”. Uma espera que não é ingênua nem passiva, pois nos move para que possamos, não só sonhar, mas construir dias melhores. Uma esperança que não podemos deixar que nos roubem. Pedro nos ensina que ter esperança é um ato de rebeldia. ‘Ser o que se é, fala, o que se crê, crer no que se prega, viver o que se proclama, até as últimas consequências’. (Carolina Motoki) 

Que o ano novo se se faça em cada uma de nossas comunidades!

Viva a Esperança!


Leoni Alves Garcia – Regional CEBs Sul 2 – Comunica15

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