PARTILHA SIMONE SARMENTO. 1ª ASSEMBLEIA ECLESIAL DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

 Partilha de Simone Sarmento na 1ª Assembleia Eclesial da                                     América Latina e Caribe                               Participação online/virtual



FOTO: TRABALHO DE GRUPO

Estava no trabalho de grupo Discutindo sobre como superar o clericalismo. E me pediram pra falar de minha experiência de trabalho e falei da SMP que tem como prioridade trabalhar a formação dos leigos numa visão existencial, mística e popular que ajude os leigos a assumir seu papel de discípulo missionário, com uma visão crítica do chão da realidade onde atua, pois a missão não área ela está situada em uma realidade. Disse ainda que sem processo formativo constantes para os leigos, dificilmente iremos superar o clericalismo.

Falei da experiência da escola missionária que tem ajudado muitos leigos a assumirem junto com o padre a missão de fazer de nossas paróquias cada vez mais missionárias. E que partir da escola muitos leigos estão exercendo o seu protagonismo na igreja.

Um padre da Colômbia chorou a fazer um desabafo depois dessa minha fala, dizendo que na paróquia dele é só missa e sacramentos ele não consegue encontrar leigos que possam lhe ajudar, nunca ninguém pode. Mas ele disse que a minha fala lhe fez compreender que ele não está provendo a formação seus leigos. E perguntou o que precisa fazer para que tenha leigos com essa disponibilidade se coloquem a serviço?

Esse padre Jorge chorou de emoção, vergonha, sei lá foi uma mistura de sentimentos. Ele dizia eu sou padre, mas me ajudem por favor!! Eu preciso de ajuda e não tenho vergonha de falar aqui. Na paróquia mesmo cheio de dor tenho que sorrir, mas aqui eu posso dizer que preciso de ajuda.

Falei que todos tem boa vontade, mas precisam da formação. E que para ser discípulo precisamos conhecer a pessoa e a missão de Jesus, Ele nos encanta, nos apaixona e nos compromete com a sua missão que está pra além do contexto Eclesial, está pra vida.

Falei das pequenas comunidades ou pequenos que tem como objetivo estudar o evangelho e que tem ajudado a muitas pessoas saírem do anonimato, a fortalecerem as relações humanas e a encontrarem o sentindo da vida e com isso o sentimento de gratidão de pertencer a igreja.

Estava me sentindo tão pequena em meio ao clero e a tantos leigos letrados. Mas quando foi pra falar da vivência missionária me sentir grande e trouxe a força de todos vocês comigo.

Ouvindo os debates nos grupos pude perceber o quanto nós há tempo vimos construindo esse caminho da sinodalidade, não somente no discurso, mas na prática. E por isso apostamos na formação do leigo. Não vimos o protagonismo do leigo como uma disputa de poder com o clero, mas como uma comunhão a serviço da missão de Jesus. Já diz o Papa Francisco não existe missão sem comunhão.

Simone de Almeida Sarmento, 47 anos, missionária leiga, vice diretora da Organização Religiosa Santas Missões Populares (OSMP).

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