As pessoas trazem a Jesus os problemas e a realidade do povo. Desta vez trazem-lhe um cego para ser TOCADO por Jesus (cf. Mc 8,22).
Jesus o retira da cidade, o afasta do meio do caos do povoado e das pessoas (cf.Mc 8,23a).
E então começa a operar no cego um processo genesiano (de criação ou recriação sacramental). Cospe-lhe diretamente nos olhos e lhe impõe as mãos começando o diálogo com o mesmo. O sopro de Jesus, sua Palavra e sua saliva fazem novamente o barro da criação se mover nos olhos e na consciência do cego. E Jesus inicia-lhe o diálogo da realidade: "Percebes alguma coisa?" (cf.Mc 8,25).
O cego passa por um processo de nitidez da realidade. Primeiro, de forma confusa vê homens parecido como árvores caminhando. Homens caminham, árvores não (cf. Mc 8,24).
Por fim, continuando o processo de ver bem a realidade, Jesus TOCA novamente nos olhos, no coração e na consciência do cego. Então este passa a ver com clareza e nitidez a realidade das pessoas e da vida (cf. Mc 8,25).
Jesus diz para o cego não entrar mais no povoado, na cidade. A cidade é terrível, confunde, cega e torna as pessoas individualistas e insensíveis diante da vida e da necessidade das pessoas: "Não entre na aldeia" (Mc 8,26).
Vez por outra é preciso se fazer um retiro, sair da cidade para a gente voltar à originalidade da sensibilidade humana-divina de Jesus. E poder enxergar melhor a realidade da vida, das pessoas. Descer novamente à originalidade sacramental do barro da criação e fazer-se vibrar novamente o coração com a saliva, o Vento (o Espírito) e a Palavra de Jesus para ver bem a realidade original do mundo e das pessoas.
Baltazar Dias 91 9 9810 – 8219.
Curso de Interpretação e Espiritualidade do Evangelho.
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