A Palavra de Deus em Família - 07/04/23 - João 18,1-19,42. Sexta-feira da Paixão e Morte de Jesus Cristo na Cruz. Baltazar Dias

A Palavra de Deus em Família - 07/04/23 - João 18,1-19,42. Sexta-feira da Paixão e Morte de Jesus Cristo na Cruz.


Antes da paixão, no capítulo 15 de João Jesus se diz ser com seus discípulos a videira. A nova Árvore da Vida (cf. João 15,1ss).

Ao iniciar seu sacrifício Jesus vai ao Jardim das Oliveiras e no plano da redenção, "aquele que não tinha pecado Deus o fez pecado por nós, para que nele nós também nos tornássemos justiça de Deus" (cf. 2 Coríntios 5,21).

Jesus liga o Jardim do Éden ao Jardim das Oliveiras. Agora Jesus não é somente a árvore da vida no Jardim das Oliveiras, mas Ele se faz também a Serpente e o próprio pecado para que morrendo destrua a morte (Canon Eucarístico).

Uma vez condenado à morte a serpente se enrola, abraça a nova Árvore da Vida, a Cruz. E do coração da Serpente, na hora da morte total confirmada, vai brotar ainda sempre a seiva, o sangue e a água, a que regam, fertilizam e alimentam o novo barro que agora somos nós recriados, redimidos para produzirmos com Ele muitos frutos de salvação.

Neste plano de redenção da criatura nosso ser e missão é de permanecermos na árvore da vida, na cruz, no mistério, no memorial eucarístico da paixão e morte para podermos viver, morrer com Ele ressuscitar. Desta feita sermos uma verdadeira Comunidade Eucarística, uma coisa só com Ele (cf João 6,20-26). E assim, nos alimentando de seu Corpo e de seu Sangue possamos produzir com Ele muitos frutos de vida eterna abundantes para toda a humanidade (cf. João 15,1-8).

Desvencilhando o mistério resta-nos a pergunta: Quais frutos e sinais concretos de redenção estamos produzindo nesta nossa sociedade violenta e de morte, que mata as crianças, os jovens negros das periferias, os índios, as mulheres e os pobres de maneira geral?

Em que Corpo Comunitário estamos inseridos e produzindo com Ele os frutos da redenção?

Ou estamos ainda, qual Eva e Adão, no jardim do Éden, num grupo fechado, até falando de Deus, mas dialogando sozinhos com a serpente, com o pecado, no individualismo absurdo, buscando felicidades e eternidades egoístas, Eu e meu Deus?!

Enquanto o povo clama com Jesus na Cruz: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?" (Mt 27,46).


Baltazar Dias 91 9 9810 - 8219
Cursos de Interpretação e Espiritualidade do Evangelho.


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