De 20 a 22 de junho aconteceu o II Seminário Estadual de Mobilização pelo projeto de lei de iniciativa popular contra a pulverização aérea de agrotóxicos no Maranhão

 


Dos dias 20 a 22 de junho, aconteceu o II Seminário Regional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento abordou os impactos dos agrotóxicos e reuniu lideranças indígenas, movimentos sociais e pastorais em Caxias (MA). Gilderlan Rodrigues, do Cimi Maranhão, participou junto a duas lideranças do povo Akroá Gamella, do território Taquaritiua (MA), trazendo denúncias sobre os efeitos da pulverização aérea em terras indígenas, assentamentos rurais, quilombos e comunidades tradicionais.

O seminário foi realizado pela CNBB, em comunhão com o Plano Pastoral do Regional Nordeste 5, e integra a prioridade “Cuidado com a Casa Comum”. A Articulação das Pastorais Sociais/Repam e organizações como a Cáritas continuam mobilizadas com a campanha de coleta de assinaturas para a criação do “Projeto de Lei Estadual de iniciativa popular contra a pulverização aérea de agrotóxicos”.

A pulverização de veneno com aviões e drones tem causado contaminação, adoecimento e pressão para expulsão dos povos de seus territórios. No Maranhão, o uso de agrotóxicos cresceu quase 200% em uma década — o estado lidera o consumo de pesticidas na Amazônia Legal e é o segundo maior consumidor no Nordeste.

O povo Akroá Gamella já vinha denunciando casos de pulverização em seu território. Em 21 de maio, um drone lançou agrotóxicos sobre a Aldeia Clara (TI Taquaritiua), atingindo casas, fontes de água, plantações e indígenas, inclusive crianças. Houve relatos de enjoo, irritações, dificuldade para respirar e morte de plantas.

Organizações e movimentos sociais têm denunciado a prática e mobilizado a sociedade civil pela criação de leis estaduais que proíbam ou restrinjam a pulverização aérea. Alguns municípios maranhenses já possuem legislações nesse sentido, e o projeto estadual está em tramitação para ampliar essa proibição.

A luta agora é por uma política que garanta a proteção dos territórios e da saúde das populações em todo o estado. Veneno não!




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